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12 de jan. de 2012

Aprendendo a ensinar


Sempre quis ser professor. Tanto que aos seis anos de idade meu presente de aniversário foi um quadro negro e caixas de giz, para poder brincar de escolinha. A questão foi sempre o que eu lecionaria.
Primeiramente fui para a química, influído pelos professores de meu Ensino Médio, no CEFET, que foram muito bons. Fiquei um ano e meio estudando em Nilópolis, onde comecei a ter muitos contatos diversos, com muitas aulas boas, jogatinas de baralho, salgados no bar do Seu Evaristo e fliperama. Mas a química não era mesmo meu caminho, afinal, quando abriram vagas para monitoria de alunos do Ensino Médio, escolhi a Matemática - e esta foi meio fraca para mim. Comecei então a ler vários livros, fazer muitos exercícios, e daí ela entrou em minha vida como se não houvesse amanhã. Larguei a química, comecei a trabalhar de carteira assinada e parti para fazer vestibular para a UERJ - a única que me era alcançável, pois não fiz pré-vestibular, e sabia que UFRJ seria demais para mim. De 2007 a 2009 achava que dar aula era simples: ler o conteúdo, entendê-lo, transmiti-lo aos demais e passar exercícios. Quer tarefa mais simples? E sei quase todo o conteúdo, então sem problemas passá-lo. Em 2009 passei a dar aulas em um pré-vestibular social, destinado a pessoas de baixa renda que não podem arcar um curso de alto nível perto dos deuses (/Cristina Waga).  Tudo muito bom, tudo muito bem, e aí entro para um projeto da UERJ chamado PROALFA, programa de alfabetização...de idosos BOOOOOOOM na minha face ao ter de lidar com pessoas que poderiam ser meus pais, meus avós, enfim, que já viveram muito e muito também sabiam. Em vez de construir, desconstruí minha mente: a maioria das coisas que eu achava antes sobre educação foi quebrada, e remodelada, uma lavagem cerebral da mais alta qualidade. Aprendi que não há uma turma com N alunos, e sim N turmas com 1 aluno em cada. Aprendi que planejamento é fundamental para se fazer as coisas, ainda que sejam simples e que você saiba como executar, uma vez que cada ambiente tem suas pessoas, sempre distintas dos outros ambientes. Ensinar não é um ato de pegar uma folha e palavras e escrever conteúdo: é transmitir ao outro o conhecimento que pode expandir sua mente e fazê-lo ter outras expectativas em várias áreas de sua vida. Agora sigo eu querendo ainda mais aprender sobre matemática, pois quem ensina sempre está aprendendo.

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