O cinema francês me tem encantado esses últimos tempos. Devo ter visto literalmente uma dezena de filmes da França este ano, e dos mais variados gêneros, porém sempre no geral no panorama romance/comédia/drama. O último que vi em 2011, "Adeus, primeiro amor", é um daqueles que, se não agrada a muitos pela forma morosa que muitas vezes passa, pode render muitas reflexoes acerca do que é o amor.
A sinopse não é original: dois jovens completamente apaixonados vivem bem, até que ele resolve abandonar toda sua vida na França de 1999 - ano em que começa a história - para uma excursão de 10 meses pela América do Sul. Sua amada parece não concordar com nada daquilo, nem com a ideia de viver longe daquele que considera seu verdadeiro amor - o primeiro e único até então. Vida que segue, passam-se anos, ela conhece e se envolve com um professor, e depois de um tempo reencontra seu primeiro amor. E daí tem de decidir que rumo seguir a partir dali.
O filme não tem firulas nem invenções: tudo é contado de forma como se fosse a vida de uma pessoa, sem grandes acontecimentos ou algo surpreendente que faça com que o espectador fique ligado no que pode vir a ocorrer. Porém, momentos simples, como o final do filme, é feito de uma forma tão poética e subliminar que chega a aquecer a alma de qualquer um. Por ter uma narrativa linear, sem reviravoltas chocantes ou feitas de maneira explosiva, a película parecerá para muitos algo moroso, que faça desligar o DVD ou sair da sessão - mas nossas vidas nem sempre são pontuadas por coisas chocantes ou por fatos que nos acordem repentinamente. E enxergar-se fielmente em um filme é uma das mais belas coisas a se acontecer, uma vez que vsua vida pode estar ali, sendo narrada, e você nem percebendo - ou percebendo depois de sair da sessão.
E uma das coisas que mais me agrada no cinema europeu é a forma como a nudez é vista - nada vulgar nem ímã para atrair gente. É somente uma cena cotidiana que faz parte do espetáculo, e não choca ninguém.
No geral, "Adeus, primeiro amor" fala de um amor corrisivo, que chega a doer a alma de tão forte que é. E que, por isso, poderá ter de ser desfeito, morto, para que o coração renasça e siga em frente. Missão fácil? Não temos a resposta. Mas um pouco de cinema pode ajudar a pensar sobre isso.
Nota final: 7
Europa é outro naipe !
ResponderExcluir