Número de pessoas que se perderam por aqui:

29 de dez. de 2011

Campos de concentração escolares

A escola virou uma espécie de canil mirim: os alunos entram, sentam o rabo na carteira, olham para um quadro branco que logo se torna colorido porém muitas vezes incompreensível, e saem. Como se tudo estivesse perfeito. De vez em quando umas avaliações, pressão paterna e c'est fini. Estamos cumprindo com o dever de manter as crianças na escola. Manter. Somente manter é necessário?

Um médico dos anos 50, se quisesse trabalhar hoje em dia em algum hospital, teria de atualizar-se e muito, para saber das novas tecnologias, equipamentos, doenças, tratamentos a fim de não ficar para trás no mercado. Um professor dos anos 60, se quisesse dar aula hoje em alguma escola, teria grande chance de conseguir um emprego, pois quase nada mudou: temos o esquema quadro-professor-prova à exaustão. E dizem que o problema do sistema é o professor e somente o professor. E quem mantém esse sistema sucateado, sem chance de renovação? Um sistema com um currículo fixo, arraigado em ideias que perduram de décadas, cujos significados mudaram ou já nem mais existem, pois foram substituídos por outros, que as crianças absorvem num piscar de olhos. E ainda não acompanhamos esse ritmo.

Muitos pais ainda se ligam a esse método de provas e explicações a fio, pois o filho precisa passar de ano, precisa aprender, precisa de professor particular...e precisa também de alguém em casa para dar-lhe um abraço, um carinho, não apenas palavras de nervosismo e descontrole como "se não passar, não vai viajar". Como se a escola fosse uma tarefa a ser feita por obrigação, e não para construir uma mente, um cidadão. Escola não é feita somente para ser um campo de concentração de mentes fervilhando que precisa ser cozida até explodir.

Cabral há mais de 500 anos descobriu o Brasil. Hoje Cabral está encobrindo os problemas da educação no Rio de Janeiro. Quem os descobrirá?

Para fechar, uma música (e não, não é Another brick in the wall): Christina Stürmer - Keine Schule

 Tradução em inglês em http://lyricstranslate.com/en/keine-schule-no-school.html

26 de dez. de 2011

Inteligência

Seria a capacidade de gravar fórmulas e saber aplicá-las no próximo exame? É saber todas as capitais de todos os países do mundo? É saber livrar-se de uma situação embaraçosa de uma forma sutil e sem sofrer consequencias? O que é inteligência? Quem é inteligente? É aquele que tira nota 10 em todos os exames? Ou é aquele que consegue bolar um plano para ganhar R$ 1.000.000,00 ludibriando as pessoas? Ou seria aquele que não precisa fazer mais nada da vida porque inventou algo que lhe dará lucro para todo o sempre? Será que aquele que não sabe escrever pode ser chamado de burro? Será que aquele que não entende muito bem as expressões matemática não é inteligente? Afinal, como provar que você é inteligente?

A questão é que não podemos saber tudo na vida: tudo que aprendemos e não aprendemos é parte de fatores sociais, escolares, pessoais, familiares...Eu posso saber todas as fórmulas da física, mas adianta eu não saber aplicá-las em algo prático? NÃO! Adianta eu saber falar 30 línguas e não querer que ninguém mais ao meu redor saiba um pouco de cada uma? NÃO! Não é também porque posso saber todas as informações e você não que eu sou mais inteligente que você. E se você souber pintar belos quadros com uma sensibilidade tamanha, souber lidar bem com pessoas, falar bem, ser eloquente, fazer esportes magnificamente...e aí, quem é mais que quem? Difícil definir inteligência somente através de provas, como se elas fossem o único ponto a mostrar a capacidade de uma pessoa. Provas podem ser muito cruéis: imagine se de repente dá um branco na mente de cada um? Imagine se eu sei todas as capitais do mundo, mas esqueci a da Suíça, e me perguntam exatamente isso? Ademais, que informações nos serão úteis na vida (direta ou indiretamente)? Como definir o que saber? Não nos atenhamos apenas à escola ou aos livros didáticos: há muito a se aprender nos ônibus, nos bares, em casa, em qualquer lugar com PESSOAS. Inteligência é adquirida por troca de informações, de pessoa para pessoa ou lendo, escrevendo, ouvindo, falando...aprendemos a falar porque ouvimos pessoas falando. E assim vamos seguindo. Inteligentes em algumas coisas, leigos em outras. Mas nunca os melhores em tudo.

22 de dez. de 2011

Mania de se calar

As ideias não aceitas, as opiniões que não fazem parte do círculo criado para cercar uma propriedade privada em uma praça pública. Leis que não são escritas, e sim ditadas para durarem o tempo que for necessário e para barrar aqueles que não são desejados por algum motivo: falta de "atitude", "presença", "opinião forte"...como se as opiniões precisassem ser sempre chocantes, polêmicas, fora do comum, como se precisássemos ser algo alineado, bem diferente para sermos aceitos nessa igualdade de personalidades.




Os sonhos, as desilusões, as curiosidades, os momentos de falar besteira...tudo censurado por pessoas que acham que ser simples, ser simplesmente alguém que não pensa muito, e só quer viver as coisas simples, bonitas, sem filosofar muito, não pode ter algo interessante a falar. Por que todos os assuntos devem envolver alguma coisa 'chocante", algo que nos faça dizer "uau, essa pessoa é foda, já fumou maconha, foi ao fundo do poço e voltou...". Ora, como se usar drogas, fazer merda e depois se dar bem fosse motivo exclusivo de aplaudir e dizer 'você é foda". Então as pessoas que vivem por si só, que lutam, sonham, amam, não merecem aplausos? Histórias de "superação" são sempre mais interessantes...

20 de dez. de 2011

Prova de amor


Inocência passava as manhãs correndo à porta da rua, colher de pau na mão.
-O carteiro já veio?
Não achava sossego Às vezes era ela quem recebia a correspondência.
-Paulinho, vem olhar. Tem carta pra mim?
E estendia o maço de cartas. Não havia. Ela baixava os olhos desesperada, contando nos dedos. Já fazia "tantos" dias que Julião partira.
-Não dava tempo dele escrever, d. Irene?
Dava. Mas a carta poderia extrviar-se, ninguém sabe...
-Como é que as outras não se extraviam? - perguntava Inocência, apontando a colheita epistolar da manhã.

(Orígenes Lessa, Rua do Sol)
Saudade bate forte no peito, queremos logo notícias ou recados daqueles que queremos...seja uma mensagem de celular, um scrap no orkut, um recadinho virtual...qualquer sinal de que alguém estái aqui, pela gente, amando-nos...pode ser em linguagem internetês (t amo d+, t vj + tard, bjs), um poema reciclado ("O amor é fogo que arde sem se ver..."), algum trecho de música cool ("E aonde quer que eu vá, levo você no olhar..."). Bate no peito algo estranho, ansiedade, mistura de emoções pela falta de sinais...

O que seria uma prova de amor? A gente acha que é dizer mil vezes ao dia "Eu te amo", citar frases de Caio F. Abreu (mesmo que não pertençam a ele), criar mensagem ^^ somente para ter algo a dizer...se o que for dito for realmente sincero vale a pena, mas não vale nada forçar a barra querendo mostrar muito sem querer dizer nada.

Às vezes uma carta simples diz muito mais que três serenatas planejadas dias a fio. Um almoço preparado com esmero diz mais que um jantar caríssimo num restaurante fino. Eu prefiro o toque do rústico, porém real e amoroso, ao toque do refinado, porém artificial. Não preciso de mil provas de amor por segundo, pois sei que com meu amor, mesmo sem vê-lo, sei que estarei indo bem...

E citando já Renato, curtamos "Giz":

18 de dez. de 2011

Perfil de domingo 3: Doze homens e uma sentença


Existem filmes de vários tipos, e para vários humores e reflexões: que fazem rir, chorar, emocionar-se, refletir...ou que simplesmente nos distraem. Hoje falarei de um filme que faz rir um pouco, ao vermos que faz a gente refletir sobre algumas condutas que podemos ter ao nos emocionarmos com algumas situações. E esse filme maravilhoso se chama "Doze homens e uma sentença" (12 angry men - 12 homens raivosos, título original). E de onde vem essa raiva?

O enredo é simples: doze homens são convocados para participar de um júri, a fim de inocentar ou culpar um garoto de 18 anos acusado de assassinar seu próprio pai. Para isso, a decisão deverá ser unânime, tanto para inocência quanto culpa, ou eles devem pedir a anulação do júri, o que não é fácil. Inicialmente, onze deles dizem na hora que o rapaz é culpado, mas há um senhor (Henry Fonda, genialíssimo ator) que não tem certeza da culpa do garoto, e começa a levantar questões sobre o que ocorreu nos depoimentos no tribunal. A partir daí, há um jogo - não intencional - entre convencer o senhor de que o garoto é culpado, e de ele convencer os outros de que não se pode ter certeza de tudo tão facilmente. O cenário é praticamente único: a sala do júri é o palco para todo tipo de ação e diálogos fortes e nervosos, que revelam as várias facetas que pode ter um ser humano, desde a pressa em resolver as coisas sem ter a certeza de algo, até a latência de emoções devido ao caso de assassinato. Mais importante que o final do filme, o desenrolar de toda a história faz com que a gente saia do filme percebendo que todo ser humano merece atenção, independente de sua classe social, raça ou qualquer outro preconceito que haja dentro de nós.  E que podemos entrar em contradições em segundos sem que as notemos de cara. 

Henry Fonda, jurado nº 8 que não aceita de cara o veredito de "culpado" para o garoto

O clima é tenso, cada jurado é diferente e tem um motivação. Há o jurado idoso e sensato, o que quer ir embora para assistir um jogo, o racista, e diversos outros tipos, que  alimentam a discussão em diversos momentos. Os personagens se mostram verdadeiros, e há muitas brigas por motivos pessoais. O processo é destilado, e o motivo de declarar a inocente ou culpado parece ser na maioria das vezes por opiniões e preconceitos e não relacionado com o caso em si.

Enfim, "Doze homens e uma sentença" é um filme para quem curte uma boa ação de diálogos e análise profunda das personalidades do ser humano, que é tão ávido por justiça que às vezes se cega para obtê-la - ainda que erroneamente. E um filme que dá valor a algo que muitos filmes têm declinado ultimamente: o roteiro

Há também uma versão mais recente do filme, de 1997, com mais uma lenda do cinema, Jack Lemmon, mas foi comercializada somente para TV. A qual, na verdade, foi a primeira a que assisti.

Baixe o filme aqui e enjoy it!

16 de dez. de 2011

Halfway

As horas passam e parece que não andam. O tempo toca e aparenta estar devagar. Somente sinto meu corpo estremecer a cada tique do segundo passado. A cada instante virado vendo que estou no meio do caminho.

Cheguei após andar alguns quilômetros - entre idas e vindas - raciocinando acerca dos pontos perdidos pelo caminho. Alcancei pensamentos que jamais diria que alcançaria, revirando memórias vividas longe e perto. Antes e muito antes de agora...

No meio do nada
No meio de todos
Estou aqui
Esperando a próxima rosa brotar
E dá-la a ti
Merecedor dos perfumes e das cores
E todas as rosas do mundo


Não sou florista
Nem mesmo um ambientalista
Mas sou um admirador de ti
Um pouco do que podes ter de bom
E de ruim também
Afinal, há imperfeições...
Mas elas são compensadas...


E me sinto consciente
Fundado e alegremente vivaz
Sento-me à beira da rua
E começo a contar
15,14,13,12...
Esperando o sol de novo brilhar...

E para ouvir e curtir, Cranberries - Stars:

13 de dez. de 2011

Andar de bicicleta

Nunca aprendi a andar de bicicleta. Dizem que, uma vez que você aprende, você nunca mais esquece. Mas eu nunca consegui andar de bicicleta. Medo de cair, levar um tombo que me fizesse ser zombado por tempos e tempos - ou mesmo quebrar algo, como já aconteceu quando andava de patins. Dizem que pedalar faz bem para a saúde, melhora o rendimento físico e se podem percorrer pequenas distâncias rapidamente, sem poluir via carro, nem ir devagar sendo a pé.
E por que querer fazê-lo agora? Não estou muito velho para isso? Era o que eu achava, mas quando há alguém a seu lado dizendo que você pode fazer isso, e que ele vai ensinar-te a arte do pedalar, você se sente seguro e confiante em querer sentar-se no selim e seguir em frente, às vezes com a pessoa segurando a bicicleta a seu lado, não te deixando cair, pois ela será seu alicerce. Por isso, espero que em 2012 eu finalmente aprenda a andar de bicicleta

11 de dez. de 2011

Perfil de domingo 2: La Oreja de Van Gogh

Depois de falar de música em alemão - cujo tema voltarei em algum outro dia - é hora de falar de música em espanhol, que não se resume aos rebolados de Ricky Martin - ao qual muitos de vocês caem de amores, suponho. Afinal, quem nunca ficou no un dos tres, lá nos idos de "Salsa e merengue"? Mas vamos falar hoje de pop rock latino, e começarei escrevendo sobre um dos grandes nomes: La Oreja de Van Gogh, banda espanhola com 15 anos de estrada.

Amaia Montero, primeira vocalista da banda, atualmente em carreira solo

9 de dez. de 2011

O que você quer ser quando crescer?

- Eu tenho raiva de gente grande...Cada pergunta besta!
(...)não havia nada mais maçante que visita de gente grande.
Em primeiro lugar, tirava-lhes toda a liberdade.
- Não faça barulho agora! Não fale alto assim! Não vê que tem visita?
Em segundo lugar, os mais velhos arrancavam-nos os jogos e brinquedos.
- Como é que você se chama?
- Paulinho...
- De quê?
Era preciso dizer todo o sobrenome. Ou então era outra a curiosidade.
- Que gigiante! Quantos anos você tem? Seis? Mas está um homem! Daqui a pouco você está avô, seu Teixeira!
Tudo aquilo só tinha um significado: brinquedo interrompido, desperdício de tempo.
- Posso ir brincar outra vez?
- Vão, mas não façam barulho. Tenham maneiras.
Mas o mais irritante era sempre aquele interesse pelo futuro:
- Você vai ser o quê?


(O feijão e o sonho)

Sei lá o que serei...tenho apenas seis anos...só penso em doces, brincadeiras, lições de casa, ver desenhos...só penso nas férias que estão por vir.
Por que todo adulto quer saber o que a criança vai ser quando crescer? O mais óbvio é: "Grande"...o que mais seríamos?
E por que falar com linguagem de forma que pareçamos ETs? Mimimimim, glugluglu, bilubilubilu...eu vou entender isso? Eu entendo é "Almoço tá pronto!", "Vem tomar banho!", "Desliga essa TV, moleque!", "Vai fazer a lição moleque!", e muitas outras frases de esporro...sempre com um "moleque!" sonoro, claro.

Será que serei médico, advogado ou engenheiro? Hoje em dia há infinitas profissões, infinitos cursos, infinitas universidades...e os pais sempre me pondo para nadar, fazer inglês, ginástica, hidroterapia, um psicólogo porque a professora sugeriu...e os brinquedos ficando de lado...
Parentes que nunca vi, amigas de mamãe que nem conheço me elogiando, dizendo que cresci, estou um homem...e eu perdendo a vida lá fora...

Mas Bertinho não fazia questão de ser rico. Na realidade, seu sonho era ser maquinista, dirigir o Trem do Anil 

7 de dez. de 2011

Coração de ouro

Um dia inteiro sem notícias de Deus
A gente tenta seguir sem olhar p'rá trás
Deixando passos e fotografias
E sentimentos que ficarão no coração
Ainda que se negue tudo e muito mais...
A gente tenta enganar os outros
Mas não consegue enganar a nós mesmos
Errando de direção quando se pode acertar
E querendo fingir que tudo acabou
Quando se sabe que ainda nem começou...
Ajudai àquele que sangra por ti
Aguentai até que as rosas te perfurem
E que todos caibam em teu coração
Sai um pouco desse teu escuro
Desse teu vazio obsoleto...
E me faz teu
E me faz somente teu p'rá sempre
Que isso é que a gente quer
Não me deixes só
Que eu sei que tu não o és...
Meu espírito voa ao encontro do teu
Minhas mãos secam e suam e sacodem
Chega sem medo, sem pressa, sem hesitar
Um dia inteiro sem notícias de Deus
A gente tenta seguir sem olhar p'rá trás...

4 de dez. de 2011

A joia do Nilo

Sentada, calada, quase retida em pensamentos semelhantes e dores profundas. Inventando uma palavra nova a cada cinco segundos para definir tristeza, solidão, falta de afeto, desespero...dores de cabeça lhe invadem pela noite, e ela só pensa em achar alguém em quem se apoiar e desabafar sobre qualquer coisa. Seus óculos estão sujos, querendo se esconder de visões que lhe ofendem. Ela cansada, viajando em música russa, digitando palavras ao léu, sempre cantando o que foi cantado ao seu pé do ouvido.

Ela inventa metáforas, catacreses, eufemismos, vícios de linguagem. Ela cria vícios para evitar verdades. Maldiz o que lhe é bendito para sabotar sua vida.

Perfil de domingo: Christina Stürmer

Agora, a cada domingo traçarei um breve perfil sobre meus gostos, musicais, cinematográficos ou o que vier. Começarei falando de música em alemão - siiiiiiiiiim, há música em alemão, além de Mozart. Você pode não saber falar alemão - tem tanta gente que não sabe inglês, mas adooooooooooora as músicas do extinto Good Times 98 - mas vale a pena conhecer um pouco desta cantora austríaca, que começou sua carreira em 2003.

Christina nasceu na Áustria, em 1981, e aos 13 anos já sabia tocar saxofone. Em 2003, aos 22 anos, e paralelamente a sua carreira de vendedora em uma livraria, inscreveu-se em um concurso de talentos musicais, Starmania, em que fica em segundo lugar, mas consegue elevar seu primeiro single, Ich lebe (eu vivo, em alemão), ao segundo lugar nas paradas austríacas. Lança no mesmo ano o álbum Freier Fall (Queda livre), que contem também os singles Mama Ana Ahabak (Mamãe, eu te amo, em árabe), em que conta a história de uma garotinha sofrendo na guerra do Iraque.

De lá para cá já foram mais quatro discos, todos com grande sucesso na Áustria, Alemanha e Suíça e em outras partes da Europa.

Suas letras não têm uma temática fixa, podendo cantar desde relacionamentos a guerra, drogas, reflexões e liberdade. Uma das músicas que mais amo desta cantora é Weisst du wohin wir gehen? (Você sabe para onde estamos indo?), que fala sobre termos esperança de que no final tudo ficará bem, e que todos somos crianças.

Porém, a primeira música de todas foi Ich lebe, cujo vídeo deixo para vocês curtirem.


Pô, mas não sei falar alemão, o que faço? Simples! O site Lyrics Translate possui traduções maravilhosas - ou seja, não é estilo vagalume - para vários artistas, de diversos idiomas. E você ainda pode colaborar com o site postando traduções de outras músicas. Aqui segue o link com as letras de Christina, que espero que vocês curtam, pois música estrangeira não se resume a cantar em inglês.

E para começar bem o clima de verão, Juniherz (Coração de junho). Vale lembrar que em junho é primavera/verão na Europa, para você que reprovou muito em geografia rs.

1 de dez. de 2011

Autolimpante - e não estamos falando de forno


A gente pensa que tudo que vivemos de bom é eterno, mesmo lendo sempre por aí poesias dizendo "que seja eterno enquanto dure", ou que "não há nada que dure mais que o sopro do dragão". A gente vai vivendo e curtindo, achando que está tudo bem. Com uma mão no bolso e a outra tocando o piano. Com um olho no amor e outro no futuro a ser construído. Sem se ver por dentro, sem notar as imperfeições pequenas de cada dia vivido.
A gente vai sonhando com viagens, casa, passeios, filmes...sonhando em escrever uma música, um conto, algo que eternize os sentimentos que temos por alguém que queremos. E vamos deixando de lado pequenas coisas que fazem a diferença em um dia ruim, como uma palavra de apoio, uma moderação de comportamento...e continuamos sonhando.
A gente tem medo do "repentino", que nunca é repentino. Uma antirreação a nossas ações não vem do nada: é um acúmulo de desgastes que se guarda, tolerando até que se diz "Basta!" e ficamos atordoados, dizendo-nos: "mas o que houve para acontecer isso?", e ficamos ali, atônitos, simplesmente chorando e aflitando sobre o fim. Ou sobre o hiato.
Depois de um tempo a mente esfria, e começamos a varrer o espaço percorrido ao longo desse tempo, encontrando sujeira onde víamos pó de pirlimpimpim. Encontramos manchas onde víamos borrões de tinta. Vemos lágrimas onde achávamos ser gotas de chuva. E repensamos. E começamos a rever conceitos que achávamos certos, e abrimos os olhos para um novo horizonte.


"I feel a little careless
I feel a little hopeless
Trying to my mood understand
This is a little toughness
But you can come and help me
I just want to be by your side..."

Careless - por mim mesmo