Número de pessoas que se perderam por aqui:

20 de out. de 2013

Poesia de asfalto



Era ensaio ou era loucura?
Deitar-se na areia quente
Vendo o sol se pôr
Enquanto as pessoas passavam
E observavam

Era julgamento ou vontade?
Saudade de parar um pouco
E apreciar a vista
Daqui de baixo para cima
Lá em cima quase nunca se esteve

Poderia ser voando
Poderia pegar um balão ou avião
Mas o corpo pede leveza
Não quer uma caixa onde ser carregado
Deitar-se nas nuvens, como seria?

Está chovendo? Fique-se
Depois o sol seca...e conforta
-  Eu quero me proteger, abra o guarda-chuva!
- E havia algum por perto?
Então levante-se ou aproveite

"Só não me deixe passar sem você..."

18 de out. de 2013

A loucura emersa

 
Ser ou não ser, eis a questão! Ser a gente mesmo pode ser uma tarefa árdua, pois às vezes possuímos tantos eus dentro de nós que não sabemos como emergir nossa personalidade sem medo das reações dos outros. Medo de perder uma relação, um momento bom, nossa própria consciência. Alanis mostra, em "Madness" (Loucura), que não precisamos ter medo de ser loucos.

17 de out. de 2013

Deixe-se levar



Não medir o tempo...não prestar atenção no relógio...esquecer que dia era, que horas eram...esquecer que existe uma vida cotidiana a ser vivida lá em outra terra...

12 de out. de 2013

Definições



Namorado não é aquilo que você quer que esteja junto de você em todos os instantes. O nome disso é dinheiro.

Namorado não é aquilo que precisa ouvir apenas todas as suas tristezas. O nome disso é psicólogo.


10 de out. de 2013

Escapar

Escapar: fugir de um lugar, dar uma sumida, desaparecer por uns instantes, ou para todo o sempre. Descansar de tudo que nos cerca e que nos limita, dar um tempo ao caos.

Hora de dar uma fugida de tudo, dar uma respirada, dar uma rejuvenescida. Feriado dos professores está aí, tempo de pegar a estrada e ir a Paraty. Nada como a banda espanhola La Oreja de Van Gogh para me alegrar ainda mais, com essa música deliciosa: Escapar



"De repente vem você, e eu me sinto seguro
De repente venho eu, e seu olhar rejuvenesce
De repente aqui, em frente me sento a seu lado
De repente hoje já celebramos o primeiro verão

'Ao brindar por essa vez
E por todas que virão
Com as lágrimas de ontem
Que foram minha condenação

E escapar junto de lá
Segurando-nos as mãos, dar um salto e sentir
A liberdade e o valor de escolher
Presentear-lhe com minha vida'

E correr juntos até o fim
Segurando-nos as mãos, apenas um beijo seu
Ser sua metade nisso de viver o resto de minha vida

De repente vem você e as horas voltam a correr
De repente venho eu e você tão belo que nem percebe
De repente aqui até nossos silêncios soam bonitos
De repente hoje já celebramos aquele primeiro beijo

Refrão

Ao brindar por essa vez
E por todas que virão
Com as lágrimas de ontem
Que foram nossa condenação

E escapar junto de lá
Segurando-nos as mãos, dar um salto e sentir
A liberdade e o valor de escolher
Presentear-lhe com minha vida

E beijar cada despertar
De todas suas manhãs que você me queira dar
Fazer de seu nome uma dessas palavras
Com mais valor que sentido

...Viveremos os sorrisos que o destino nos devia"

1 de out. de 2013

Ponto de retorno



"A morte. É disse que tenho medo. Só da morte. Uma estupidez, não acha? Sempre tive, desde criança. Não sofri nenhum trauma que provocasse isso. Eu estava na escola quando minha mãe morreu e isso não significou nada. Não é a morte dos outros. Não é a existência da morte. É da minha morte que tenho medo. Sabe, ninguém pode dizer: 'Não se preocupe, querida, não vai acontecer nada.' Não dá para afirmar: 'É tudo imaginação sua, querida, isso não existe.' Não consigo descrever o medo, como ele é, o quanto é terrível. Deve ser como dar à luz, só que não vou gerar vida, tenho a morte entre as pernas. Por vezes ergo a mão assim, olho para ela e penso: eis aqui a morte, faz parte de mim. Posso senti-la com a outra mão, mudá-la de lugar, aquecê-la e sentir seu cheiro e pintar suas unhas. Um dia ela se tornará branca e fria, insensível e inútil, assim como eu serei tudo isso. E depois apodrecerá. E eu apodrecerei."

(P. D. James, O crânio sob a pele)

A cada dia que passa morremos um pouco. Perdemos o viço de nossa pele, o viço de nosso olhar, vamos perdendo algumas esperanças em nossa vida, deixamos de crer tanto naquilo que nos era idealizado desde sempre. A morte física total é apenas o ponto final de uma trajetória cheia de erros e acertos, um ponto ao qual todos chegamos, tendo feito tudo que se desejou ou não. Seremos apenas uma carcaça, um resto de anatomias comparadas para serem postas em alguma vala ou queimadas e jogadas em algum mar ou rio para fluir eternamente.
Ao mesmo tempo, podemos renascer de cada morte causada por elementos externos e renascer para continuar nesse longo percurso, sem muito olhar para trás. Às vezes olhando, pois sempre há algo ou alguém a quem esperar para nos acompanhar. A cada dia que acordamos temos a chance de reavivar aquela luz apagada, aquela vela cujo pavio se havia queimado por completo, mas que de certa forma pode ser reaceso sem medo algum. Podemos sentir a vida em uma mão e na outra, aquecê-la e sentir seu cheiro e colori-la, ou deixá-la em preto e branco em momentos de reflexão ou apenas cansaço momentâneo.
Enquanto houver vida, enquanto houver amor, não nos apodreceremos. Seremos coloridos e quentes, sensíveis e úteis, em ciclos lentos e rápidos.