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7 de set. de 2013

Bumerangues



Esse tal de recalque, esse tal de odiar, dar de ombro para os inimigos, importar-se mais com essa opinião de gente que não nos interessa. Essa inércia em começar algo de produtivo com novas pessoas, seja um relacionamento, seja uma amizade. Porque hoje em dia a ordem é fugir das emoções, fugir das aventuras com as pessoas, uma vez que é mais fácil se pôr num pedestal do que venerar um.




Essa época em que é mais útil ou fácil causar inveja ou deboche nos outros, como forma de demonstrar uma suposta superioridade na escala social. Essa época de maus costumes, cheia de revides, trancos e barrancos escancarados pela rede para todo mundo ver, sem vergonha de ser (in)feliz. Enquanto isso, declarações de amor de qualquer tipo ou de afeto são no geral tratadas como algo desprezível, algo descartável. E o que causa essa tal deterioração?

A rotina, os amigos, a família, a gente mesmo...vamos criando minimundos nesse mundo em que vivemos, o qual tentamos organizar a nossa maneira, de maneira que tudo caiba compactamente e saibamos desfrutar de tudo 24 horas por dia, sem perder nada. Só que em todo instante deixamos algo de lado, e quando se cai de amores a gente meio que pode se cegar por uns instantes, focando-nos apenas naquele ente, naquele ser que deveria ser perfeito, imaculado, que faria tudo que sonhamos para nós. Como nada disso é real, o ciclo de desilusões se repete. E essa pessoa descartada vira alguém odiado, desprezível, intangível...como se o que passou não mais valesse. Isolamo-nos a fim de seguir em frente.

Esse tal de amor, que pode existir de várias maneiras, pois o carnal não é o único, fica ali no canto escondido, olvidado e retirado de seu rincão em situações de carência, como se fosse o salvador da pátria, e quando nada dá certo é mais uma vez deixado de lado, e o ciclo de falatórias de que ele não é legal, não é para a gente se repete. Porque se deposita muito no amor, como se fosse a cura para todo o mal.

Não! Não existe O alguém que nos salvará, que nos dirá as melhores coisas do mundo. Existem pessoas que amamos e nos amam, nos fazem bem, perto ou longe. E existe alguém mais com quem alguns momentos se tornam especiais porque nos levam inexplicavelmente a outra dimensão temporariamente. Mas que também nos deixa com os pés no chão. Que nos deixe flutuar nos outros círculos da vida. Que não nos isole. Ou que não nos deixemos isolar. Porque é fácil a gente se isolar para aquele alguém conquistar...

O tempo passa, e pessoas vêm e vão. Algumas se fixam em nosso ambiente, outras passam e deixam algum motivo de ter estado com a gente por alguns instantes, mas não puderam ficar. Saber filtrar aquilo que nos serve e não nos serve faz com que tenhamos maior consciência da estrada que temos a trilhar. Com o amor de muitos, e um sentimento além com alguém mais.

"Porque o amor é como um bumerangue: Você o agarra, joga-o para longe, mas no fim ele volta a você mais forte e lhe acerta com forte impacto"



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