A gente pensa que tudo que vivemos de bom é eterno, mesmo lendo sempre por aí poesias dizendo "que seja eterno enquanto dure", ou que "não há nada que dure mais que o sopro do dragão". A gente vai vivendo e curtindo, achando que está tudo bem. Com uma mão no bolso e a outra tocando o piano. Com um olho no amor e outro no futuro a ser construído. Sem se ver por dentro, sem notar as imperfeições pequenas de cada dia vivido.
A gente vai sonhando com viagens, casa, passeios, filmes...sonhando em escrever uma música, um conto, algo que eternize os sentimentos que temos por alguém que queremos. E vamos deixando de lado pequenas coisas que fazem a diferença em um dia ruim, como uma palavra de apoio, uma moderação de comportamento...e continuamos sonhando.
A gente tem medo do "repentino", que nunca é repentino. Uma antirreação a nossas ações não vem do nada: é um acúmulo de desgastes que se guarda, tolerando até que se diz "Basta!" e ficamos atordoados, dizendo-nos: "mas o que houve para acontecer isso?", e ficamos ali, atônitos, simplesmente chorando e aflitando sobre o fim. Ou sobre o hiato.
Depois de um tempo a mente esfria, e começamos a varrer o espaço percorrido ao longo desse tempo, encontrando sujeira onde víamos pó de pirlimpimpim. Encontramos manchas onde víamos borrões de tinta. Vemos lágrimas onde achávamos ser gotas de chuva. E repensamos. E começamos a rever conceitos que achávamos certos, e abrimos os olhos para um novo horizonte.
"I feel a little careless
I feel a little hopeless
Trying to my mood understand
This is a little toughness
But you can come and help me
I just want to be by your side..."
Careless - por mim mesmo
Que texto profundo e realista...
ResponderExcluirCurti, muito bom...
Abraços...
Às vezes é preciso uma autolimpeza para se saber que queremos e o que sentimos. Vlw pela passagem, xará
ResponderExcluirdifícil saber o que excluir do ScanDisk mental, comportamental e espiritual.
ResponderExcluir